O presidente Jair Bolsonaro divulgou nesta 3ª feira (12.jan.2021), em sua conta oficial no Twitter, que criou um canal de transmissão no Telegram. Assim como os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), o presidente segue a tendência de migração do WhatsApp ao Telegram por usuários identificados com a direita. Deputados federais e assessores bolsonaristas também criaram ou reativaram contas na rede social nos últimos dias.
“Inscreva-se em meu canal oficial no telegram”, escreveu o presidente em sua página oficial. Quem seguiu o pedido e aderiu à lista de transmissão na tarde desta 3ª feira já se deparou com algumas publicações.
A mais recente é a foto do casal de apresentadores Luciano Huck e Angélica Ksyvickis, seguida da legenda “#FiqueEmCasa”. A publicação é uma crítica de Bolsonaro ao global, que é visto como pré-candidato à Presidência para 2022. Huck tem defendido medidas de isolamento para conter o surto de covid-19 e é criticado pelo presidente por ter ido à praia, sem máscara, com a mulher.
Revoada
O canal de Bolsonaro foi criado em 9 de janeiro de 2021, 1 dia depois de o Twitter bloquear permanentemente o perfil do presidente norte-americano, Donald Trump. Até a publicação desta reportagem, o chefe de Estado brasileiro contava com mais de 53.000 inscritos.
“Após uma análise detalhada dos tweets recentes da conta @realDonaldTrump e do contexto em torno deles, suspendemos permanentemente a conta devido ao risco de mais incitação à violência”, informou o Twitter quando baniu o republicano.
Antes da decisão, 3 publicações de Trump já haviam sido alvo de bloqueios e sua conta tinha sido suspensa por 12 horas. Com a suspensão definitiva do Twitter, não foi mais possível visualizar nenhum conteúdo que Trump havia compartilhado na rede social.
Um dos fatores que explicam o movimento de migração especialmente da Direita para o Telegram é a atualização dos termos de uso do WhatsApp, que entram em vigor em 8 de fevereiro de 2021, e que tornou ainda mais evidente sua relação com o Facebook, dono do aplicativo de mensagens. Os usuários que desejam usar o aplicativo após essa data terão que concordar com os novos termos e políticas de privacidade. O fato despertou temores de que a nova política permitirá que o Facebook espione os usuários.
Somado à ação da rede para suspender a conta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, depois do ataque ao Capitólio na última 4ª feira (6.jan), os apoiadores de Trump e Bolsonaro agora incentivam a ida dos usuários ao Telegram.
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