A edição de ontem do jornal O Globo destaca uma matéria com o corregedor do Presídio Federal de Mossoró, juiz federal Mário Azevedo Jambo. Com o título "Vulnerabilidade de penitenciárias federais do país dificulta ações de transferência de presos", a reportagem aborda que as quatro penitenciárias federais do país não conseguem manter o título de estabelecimentos de segurança máxima. Na entrevista, Mário Jambo reafirmou o posicionamento contra a presença de Beira-Mar no Estado e que não levaria em consideração pedido pessoal do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A matéria cita o Presídio Federal de Mossoró como "o principal exemplo de risco presente nessas unidades", onde justamente se encontra um dos presos de mais alta periculosidade no país, o narcotraficante Fernandinho Beira-Mar. "Mossoró está sob risco de interdição, por problemas apontados em relatório do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), vinculado ao Ministério da Justiça, como rachaduras e uso de material de baixa qualidade na obra." "Pobre do Brasil, que precisa de um procedimento desses, de considerar caso de segurança nacional a transferência de um criminoso que está preso há dez anos no sistema federal. Isso não ajuda em nada. É transformá-lo numa grife. O sistema penitenciário nacional é que tem que ser essa grife. O que pode parecer uma intransigência minha é uma luta pelo sistema", disse Mário Jambo, na entrevista. A matéria de O Globo revela ainda que o ministro da Justiça telefonou para o juiz Mário Jambo há duas semanas. No diálogo, de cinco minutos, José Eduardo Cardozo, que afirmou tratar-se de uma conversa informal, tentou convencer Mário Jambo a manter Beira-Mar lá; não convenceu. "Questões que envolvem segurança máxima não podem ser resolvidas de forma política, mas de maneira técnica", disse o corregedor da Penitenciária Federal a O Globo.
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